A Idade Média | A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO | Episódio 3
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“Foi um tempo de escuridão, mas não uma
noite sem estrelas...” (Hermisten da Costa)
A Idade Medieval, também chamada de “Idade Média” ou “Era das Trevas”,
abrange dos séculos VI a XV da era cristã, foi caracteristicamente um período
bastante conturbado para a Igreja Ocidental. Em face do decreto de Constantino
(272 a 337 d.C.), imperador romano convertido, tornando o cristianismo a religião
oficial do Império Romano, a adesão à fé cristã não se deu mais por conversão espiritual,
mas simplesmente por uma conformação ao status quo prevalecente, ou seja, ser
cristão deixou de ser uma experiência de conversão pessoal ao senhorio de Cristo e
passou a ser, para a maioria das pessoas, apenas uma formalidade ou, até mesmo,
uma conveniência social e política. Dois séculos passaram-se e as consequências disso
já dificultavam bastante o exercício da verdadeira fé cristã. Nichols (2004, p. 83), comenta
assim os problemas e importância da compreensão do contexto que envolveu o início
desse período:

(Mosteiro de São Jorge, Jericó. Revista da Terra Santa, Brasil. Extraído em 09/06/21)
Devemos ter sempre em mente que a igreja durante esse período que estamos considerando tinha, no seu interior, muitas pessoas não convertidas a Cristo; eram “cristãos-pagãos”. Vejamos, resumidamente, as causas dessa situação alarmante. Uma delas era a atitude dos imperadores romanos que tinha tornado o Cristianismo a religião da moda, cujo patrono era o governo imperial e à qual aderiram grandes multidões. Outra causa era o decreto do imperador Teodósio, que obrigava seus súditos a professarem o Cristianismo de forma ortodoxa. Desse modo surgiu a política imperial do uso do poder para reprimir a idolatria e forçar o povo a filiar-se à Igreja. Mais uma vez os métodos missionários medievais resultaram na entrada para a Igreja de multidões de germanos e outros povos que nunca tinham experimentado a conversão cristã. O mal só se agravou quando 2 governos e conquistadores obrigaram seus povos a “aceitar” o Cristianismo. Prevalecia, assim, na Igreja, grande massa de pagãos, imbuídos das ideias pagãs a respeito da religião e da moral, pessoas que de cristãs só tinham o nome.
É por causa disso que o período que agora estudamos também foi chamado de “Era de
Chumbo”, um período pesado e escuro, decorrendo assim muitos estudiosos preferirem
chamá-lo, não sem causa, de “Era das Trevas”. Além, e tão importante quanto a situação
espiritual, é fundamental termos a compreensão do contexto social desse período
chamado de “Medieval”. De fato, o adjetivo “trevas” usado por muitos estudiosos que
tratam destes séculos se justifica, pelo menos em alguma medida. Não é possível
entender a Igreja e suas características em um período histórico ignorando seu contexto
mais amplo. Pensar a Igreja sem pensar a história, é falar de um corpo sem alma; ler e estudar a história da Igreja sem estudar a sociedade à sua volta, é ler um romance.
É por causa disso que o período que agora estudamos também foi chamado de “Era de
Chumbo”, um período pesado e escuro, decorrendo assim muitos estudiosos preferirem
chamá-lo, não sem causa, de “Era das Trevas”. Além, e tão importante quanto a situação
espiritual, é fundamental termos a compreensão do contexto social desse período chamado de
“Medieval”. De fato, o adjetivo “trevas” usado por muitos estudiosos que tratam destes
séculos se justifica, pelo menos em alguma medida. Não é possível entender a Igreja e
suas características em um período histórico ignorando seu contexto mais amplo.
Pensar a Igreja sem pensar a história, é falar de um corpo sem alma; ler e estudar a história da Igreja sem estudar a sociedade à sua volta, é ler um romance.
A estabilidade, estrutura e poder do Império Romano se diluíra quase que totalmente,
favorecendo que povos vizinhos se sentissem atraídos para invadir as regiões da Itália
e França. Durante quase quatro séculos, até Carlos Magno (742-814 d.C.), que estudaremos
a seguir, muitas guerras, confusão, invasões e todo o tipo de barbarismo aconteciam por
quase toda a Europa Ocidental. Tribos germânicas, escandinavas e normandas assaltavam
desde o sul da Alemanha e toda a costa do Mediterrâneo. Do Oriente, inspirados pela
nova religião, o Islamismo, adotando a guerra como “método de evangelização”, e com a
sede de conquistas territoriais dos povos árabes, guerreiros tradicionais, a morte, fome,
doenças, medo e imigração forçada são as marcas da sociedade europeia para qual a
Igreja cristã precisava dar respostas e consolo. Curiosamente, o desafio imposto pelo
Islamismo, trouxe uma oportunidade para a Igreja da Europa Ocidental se fortalecer e
ocupar grande importância de destaque e liderança também na vida social, política e
econômica.
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